A participação das mulheres na indústria tecnológica aumentou nos últimos anos, mas ainda há um longo caminho a percorrer em termos de igualdade de gênero em cargos de liderança.
Pontos-chave
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As mulheres representam 33% da força de trabalho tecnológica global, mas apenas 28% ocupam cargos de liderança, evidenciando uma importante lacuna de gênero (GlobalData, 2024; Fórum Econômico Mundial, 2023).
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Na América Latina, a participação feminina no setor tecnológico subiu para 32%, com Brasil, México e Argentina liderando o crescimento, impulsionado por políticas inclusivas (Latin America Tech Report, 2024).
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Empresas com maior diversidade de gênero na liderança têm 25% mais chances de serem mais rentáveis, o que motivou companhias latino-americanas a estabelecer metas de igualdade de gênero (McKinsey & Company, 2023).
Segundo um relatório de 2024 da GlobalData, as mulheres representam 33% da força de trabalho no setor tecnológico globalmente, um aumento notável em relação a anos anteriores. No entanto, esse número cai significativamente quando se trata de cargos de direção e liderança, onde as mulheres ainda ocupam apenas 28% das posições de alto nível em empresas de tecnologia, de acordo com o Fórum Econômico Mundial em seu relatório de 2023
María Fernanda Juppet, CEO da CryptoMKT, afirmou:
"Como mulher líder em uma indústria historicamente dominada por homens, celebro o aumento contínuo de mulheres em cargos de liderança dentro do ecossistema fintech. Essa mudança não é apenas justa, mas também urgente e estratégica. Cada vez que uma mulher assume uma posição de liderança, ela abre caminho para que outras sigam, inspirando com convicção, preparo e capacidade de execução. Como disse Sheryl Sandberg, o objetivo não é termos ’líderes femininas’, mas sim líderes, sem adjetivos. A diversidade de perspectivas na tomada de decisões não apenas enriquece as equipes, mas também impulsiona a inovação e fortalece a confiança em um mercado cada vez mais exigente."
Apesar desses desafios, as mulheres continuam ganhando espaço. Na América Latina, por exemplo, a situação tem apresentado avanços notáveis nos últimos anos. Segundo o Latin America Tech Report 2024, as mulheres representaram 32% da força de trabalho em tecnologia na região, um aumento de 5% em relação a 2020. Países como Brasil, México e Argentina lideraram esse crescimento, impulsionado por políticas governamentais e programas corporativos voltados para a inclusão de gênero.
No nível corporativo, diversas empresas de tecnologia estão implementando estratégias para aumentar a representação feminina em seus quadros executivos. Segundo um relatório da consultoria McKinsey & Company, publicado em 2023, as empresas com maior diversidade de gênero em suas equipes de liderança têm 25% mais chances de superar seus concorrentes em termos de rentabilidade. Esse dado levou muitas companhias na América Latina a se comprometerem com a melhoria da igualdade de gênero em cargos de liderança. Por exemplo, a empresa mexicana KIO Networks estabeleceu como meta alcançar 40% de mulheres em posições de liderança até 2025, segundo El Financiero.
Em termos de impacto cultural, o avanço das mulheres na tecnologia tem sido impulsionado por iniciativas como programas de mentoria, bolsas de estudo para mulheres em STEM e comunidades online que oferecem apoio e recursos. Além disso, o sucesso de startups tecnológicas lideradas por mulheres na América Latina está ajudando a quebrar estereótipos e demonstrando que as mulheres têm um papel fundamental no desenvolvimento da inovação tecnológica na região, segundo dados da Tech LatAm.
Apesar desses avanços, as estatísticas mostram que as mulheres ainda enfrentam barreiras significativas para ar cargos de liderança, como a falta de redes de apoio, o viés de gênero e a pouca visibilidade de modelos femininos de sucesso. Segundo o Fórum Econômico Mundial, estima-se que será necessário até 2030 para que as mulheres alcancem representação equitativa nos cargos de liderança da indústria tecnológica, a menos que mudanças substanciais sejam implementadas nas políticas corporativas e educacionais.
Em resumo, embora o caminho para a igualdade de gênero na indústria tecnológica esteja em andamento, é fundamental que as empresas continuem promovendo a diversidade, implementando políticas inclusivas e oferecendo oportunidades equitativas para as mulheres, especialmente na América Latina, onde o potencial de crescimento é enorme.