O retorno do título de 10 anos dos EUA manteve-se estável em abril quando comparado ao prêmio de mercado frente ao valor justo estimado. A média mensal do rendimento no período permaneceu praticamente inalterada, operando cerca de 40 pontos-base acima da média de valor justo calculada por três modelos do CapitalSpectator.com.
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A estimativa atual de valor justo mensal está em 3,84%, ainda abaixo do rendimento efetivo do papel de 10 anos. No pregão de ontem (14 de maio), a taxa de referência atingiu 4,49%, o nível mais alto em um mês, segundo dados do Treasury.gov.
Esse prêmio de aproximadamente 40 pontos-base representa uma forte redução em relação ao ado recente. Em outubro de 2023, por exemplo, o desvio superava 140 pontos-base — um patamar atípico, embora não inédito.
Como era esperado, o prêmio retornou a um patamar mais "normal" após o Federal Reserve encerrar o ciclo de alta de juros e adotar uma postura menos agressiva.
Uma das principais incertezas para o mercado de renda fixa nas próximas semanas e meses é se a inflação vinculada às tarifas pode ressurgir e pressionar esse prêmio para cima. Os dados de abril indicam que os investidores aram a aceitar um prêmio relativamente contido, mas ainda não está claro até que ponto o mercado exigirá um rendimento adicional diante da elevação das tarifas, que tende a intensificar pressões inflacionárias.
Outro vetor de pressão sobre os juros pode vir da percepção de perda de apelo dos títulos do Tesouro dos EUA como porto seguro. Embora difícil de mensurar e ainda especulativo neste momento, alguns analistas identificam uma mudança na forma como os Treasuries estão sendo precificados.
“Acredito que a atratividade dos Treasuries como ativo de segurança foi corroída por dois fatores principais: a perspectiva de forte aumento na oferta e as políticas tarifárias da istração (Trump)”, disse Jabaz Mathai, chefe de taxas G10 e câmbio do Citi, à Reuters. “Hoje, as tarifas dominam o debate, mas à medida que o ano avança, a política fiscal também ganhará protagonismo”, completou.
Segundo ele, se a istração conseguir aprovar cortes de impostos — não apenas a extensão dos benefícios de 2017, mas também promessas como isenção de tributos sobre benefícios da Previdência Social, gorjetas e possível redução do imposto corporativo — o impacto sobre a confiança dos investidores pode ser ainda maior, diante do aumento projetado para a já elevada dívida pública americana.